terça-feira, 17 de março de 2009

Bem Reaproveitado!


Revista Cozinha Profissional

Utilizando material da demolição anterior, o projeto do Via Café se tornou econômico e adequado para novas franquias.
Por Sergio Carramate

Charmosa e agradável, simples e, além de tudo aconchegante. A boulangerie e pátisserie Via Café, situada na cidade de São Paulo, é hoje uma mescla de cafeteria, padaria e restaurante. O ambiente foi inaugurado em 2005 por sete sócios que, juntos, queriam transformar o local em um ponto de encontro para jovens senhoras em busca de tranquilidade e para empresários com o objetivo de realizar pequenos almoços de negócios.

De início, o projeto era totalmente diferente. O idealizador e, hoje, sócio proprietário do Via Café, Antônio Corrêa dos Santos, queria transformar aquela pequena casa, construída em um terreno de 200 m², numa simples cafeteria. "Não precisa fazer quase nada", comentava Antônio na época. Era só para ele e a esposa tomarem conta. Enquanto a obra era tocada, outros seis sócios entraram na empreitada como investidores. Todos eles já haviam realizado outras parcerias com Antônio na rua Jacutinga. Essa união fez o projeto ganhar novo rumo.

Estrutura
O imóvel alugado estava em um ótimo ponto da cidade de São Paulo, entre as ruas Gaivota e Canário, mas a construção não apresentava nenhuma condição física para ser transformada ou reformada. As paredes estavam soltas, sem nenhuma estrutura, e, como os tijolos haviam sido assentados com barro, quando uma parede era removida, as outras vinham abaixo com muita facilidade. Um ponto importante nesse projeto foi a reutilização do material existente na estrutura antiga, possibilitando reduzir o custo final da obra.

Com a facilidade de desmontar a casa, todos os tijolos, que se soltavam com extrema facilidade, eram reaproveitados, além das telhas de barro, madeiras do telhado, janelas, portas etc. O reaproveitamento de material foi muito importante porque, além de ecologicamente correto, conseguiu-se economizar uma boa parte da verba para outros elementos da obra.

Proposta
No projeto, constava uma solução para o futuro. Transformar totalmente a estrutura anterior em um ambiente diferenciado. Daí a ideia de um amplo pé-direito duplo e uma fachada totalmente transparente, permitindo ao máximo a entrada de luz natural vinda do telhado e da entrada principal. Isso possibilitou criar um jardim interno e também reduzir os custos sem deixar de lado qualidade, sofisticação e elegância. Com tanta luminosidade vinda da fachada e do telhado de vidro, foi possível pintar as paredes restantes na cor "café”, o que contrastou bem com as colunas em arco de tijolo. O forro foi revestido com madeira para garantir um pouco de conforto acústico, diminuindo assim boa parte da reverberação sonora interna.

Para a área do salão, foram utilizadas mesas de madeira com pé de ferro fundido, prateleiras e balcões feitos de MDF e revestidos com folha de imbuia. O conjunto deu um "tom" rústico que contrastou com o piso bege-claro de granilite. As colunas e os arcos em tijolos emolduraram as lousas, os espelhos e as prateleiras que tanto atendem ao serviço de revistas, como aos produtos de vinhos e pães. O projeto ganhou ar-condicionado para a climatização do salão, o que não impede de, nos dias de temperatura mais amena, abrir as portas por completo, permitindo assim maior economia de energia.

Na área externa, criou-se um deck onde é possível receber, os clientes da mesma forma que no salão. O estabelecimento ganhou um pequeno gradil, todo trabalhado em ferro antigo, retirado da demolição, para separá-lo do passeio público. Essa ideia da área externa possibilita maior conforto a todos que buscam um pouco de ar livre.

Por economia de espaço, o projeto recebeu uma única bancada com pia para atender aos banheiros feminino e masculino. A madeira utilizada também foi retirada da demolição. Como parte também do aproveitamento, o Via Café utiliza as portas antigas, que ficam isoladas do salão por um anteparo visual de tijolos.

Expandindo o negócio
Com a reestruturação do conceito inicial (somente cafeteria), o estabelecimento teve de se adequar a uma nova visão, por causa da pequena panificadora, sem aumentar a área construída. Tudo foi se encaixando. Partiu-se para a busca de baristas e de mão-de-obra treinada para se adaptar ao novo cardápio. Foi feito um único balcão para a cocção e preparo dos alimentos, visando aproveitar o espaço reduzido com a entrada da padaria. Hoje, o Via Café traz esse mix de café, padaria e cozinha, servindo excelentes pratos, vinhos e brunchs. Tudo num ambiente agradável e cercado pela simplicidade dos materiais.

Quatro anos depois, a casa pretende passar por uma nova reforma, pois o sucesso esperado aconteceu, e a média de público teve um crescimento muito grande. O projeto do Via Café também atraiu o olhar dos investidores que, interessados no negócio, vão abrir sua primeira loja franqueada, em 2009. Marcelo Peixoto, um dos sócios do empreendimento, será o responsável pelas franquias que levarão a mesma arquitetura da filial de Moema.

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